Marca registrada de Shonda Rhimes é matar personagens que
todos amam, que todos querem. Esta deve ter sido a grande motivação para
escrever How To Get Away With Muder. A série trata, como o nome já diz, de
assassinatos. Shonda está em casa. E adivinhem só? É maravilhosa!
A série me ganhou logo na primeira cena. Sou um grande fã de
histórias que começam de trás para frente. Acho esse recurso uma delicinha. É
agoniante, instigante e te prende a cada minuto, pois você precisa saber o que
levou àquilo. Sabíamos onde os próximos episódios nos levariam e, ainda assim,
ainda havia um milhão de perguntas a serem respondidas.
Wes, Connor, Laurel, Michaela e Asher não tinham ideia de
onde estavam se metendo. O que deveria ser uma grande vantagem sobre a turma de
direito, acabou se tornando o maior pesadelo dos aspirantes a advogados. Para
quem queria notas altas e se formar com louvor, não puderam estudar tanto assim
no semestre com tantas reviravoltas. E a gente aqui, assistindo de camarote com
pipoca bem quentinha toda a desgraça que se abateu sobre a vida dessa gente.
Bom, né? RS
Uma coisa que me chamou muita atenção na série é a mistura
de personalidades. Ninguém parece com ninguém. Nenhum deles quer a mesma coisa
(talvez o troféu, inicialmente. Mas só!). Entretanto, eles são obrigados a unir
as tão distintas personalidades por um objetivo em comum: “to get away with
muder” (sair impune de um assassinato).
Quando falo em personalidades, não me levem a mal. Não me
refiro apenas aos jovens. O restante do elenco é tão interessante quanto
(talvez até mais). Frank, Bonnie, Sam e Annalise são personagens com uma carga
dramática enorme e muito bem elaborada. Cheios de segredos, são os pilares que
mantém a série pra cima. Quando você pensa que tudo se concentra nos jovens
estudantes, BAM! Descobrimos que eles não são nada sem esse quarteto (que virou
um trio...).
Caso solucionado. Sabemos quem matou quem. Acabou, certo?
Errado! Quando a gente menos espera, um novo grande mistério surge e... acaba.
Até a segunda temporada, pessoal.
Annalise Keating
Como não tirar o chapéu e aplaudir um milhão de vezes Viola
Davis? Que atriz! Que mulher! Annalise não é um personagem fácil de dar vida.
Mas ela fez com maestria. Forte, durona, profissional e... humana, Annalise é,
sem dúvida, o personagem mais complexo da série. Uma mulher que vive extremos e
ainda assim mantém sua pose todos os dias. Uau! Está de parabéns. Não que
muitas mulheres não o façam. Fazem e fazem muito bem. Também merecem palmas. Mas
Annalise...
Me lembro que a cena dela que mais me marcou foi quando ela
começou a descobrir os primeiros fatos que levaram ao assassinato de Sam e,
dentro do quarto, ela desmonta cada elemento de sua faceta de ferro. Seu cabelo
impecável vai para a penteadeira. Sua pele perfeita muda com a retirada da
maquiagem. Sua pose intocável cai com os olhos tristes de uma mulher que sofre,
como qualquer outra. Que cena! Realmente me atraiu e me fez sentir sua dor,
seus medos, sua fraqueza.
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