sábado, 20 de junho de 2015

A estrela cadente de Ryan Hardy

The Following acabou e, para ser sincero, não estou surpreso. A série começou com ação, suspense, personagens extremamente interessantes, mas em algum ponto, a união de tantos bons elementos se tornou uma bomba-relógio. Era só uma questão de tempo. 

Há décadas vemos filmes de ação estrelados por Kevin Bacon. Dentro do nicho, todos são um sucesso. Na maior parte deles, podemos ver Bacon como vilão. O cara parece ter um dom para isso. The Following trouxe este gigante dos filmes de ação para estrelar uma série policial, sendo um mocinho com um passado sombrio que é alvo de um famoso serial killer e seus seguidores.

A combinação de Ryan Hardy e o assassino Joe Carroll era incrível. A ligação entre um mocinho cheio de problemas e um vilão altamente inteligente e sagaz nos levaram à cenas de muito suspense. O desenrolar da primeira temporada foi como um foguete, subia, subia e nunca parecia descer. Não haviam episódios mornos. Cada revelação, cada flashback, cada tiro nos deixavam sem fôlego.

A segunda temporada trouxe novos personagens, tanto bons quanto maus. Joe Carroll atingiu um novo nível de controle sobre seus seguidores, trazendo a discussão e o fanatismo religioso para a série. Um novo patamar era alcançado. A família Gray, admiradora de Joe, deixou ainda mais aterrorizante a ideia de sair nas ruas e poder ser assassinado por um motivo qualquer. Me dava arrepios em certos episódios.

Lamentavelmente, Joe Carroll havia fugido da prisão nas duas primeiras temporadas. Não dava mais para repetir a ideia. Estava saturada. O jeito era, mais uma vez preso, dar a Joe o final merecido. Pena de morte. Os momentos finais da série estavam completamente fora dos padrões que conquistaram os fãs do show. Sanguinário demais, sem um propósito, sem os personagens que tanto gostávamos...

Não teve jeito. Ryan não podia continuar sem Joe, nem vice-versa. Eles eram como Yin-Yang. Um dependia do outro. Então, após a execução do vilão, apenas mais alguns episódios foram produzidos e pronto. Fim. Aliás, um final péssimo, com desfechos sem sentido e ganchos para uma temporada que não vai acontecer. Eu diria até que foi desrespeitoso com os fãs. Me lembrou o final inusitado de Kyle XY. Lembram? No auge da temporada, por falta de audiência, cancelaram. Nem se deram o trabalho de produzir um final. Uma pena.

Coadjuvantes que roubaram a cena


Nem só de Ryan Hardy e Joe Carroll vivia The Following. Outros personagens também brilharam ao longo das três temporadas. Mike foi um deles. Agente do FBI que teve sua vida bagunçada pelos planos de Joe e se tornou fundamental para a trama. Seu personagem ficou ainda mais interessante com a chegada de Max, sobrinha de Ryan, e grande amor de Mike. Interpretada por Jessica Stroup, a eterna Silver de 90210, Max ganhou nossa atenção, crescendo cada vez mais na história.

Os seguidores de Joe também foram sensacionais. O triângulo amoroso de Emma, Jacob e Paul; a família conturbada de Lily Gray; a relação doentia dos irmãos Mark e Luke; além da tão cobiçada Claire, ex-mulher de Joe e, por muito tempo, a mulher dos sonhos de Ryan.


Juntos, fizerem The Following uma das séries de serial killer mais interessantes que já vi, depois de Dexter. Vai deixar saudade. Não pelo fracasso do final, mas pelos tempos de ascensão, quando mal podíamos esperar pelos próximos episódios. Ficam então só as lembranças boas.

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