Hoje em dia vemos tantas séries tratando temas de inclusão
social, em todos os âmbitos. Mas nenhum deles se igualou a Glee. Nunca antes
foi visto um show de TV que mostrou cada adversidade social de forma
aprofundada e, ao mesmo tempo, divertida. Muita emoção tomou conta da gente em
diversos episódios, mas em cada um deles aprendemos uma lição sobre os chamados
“outsiders”.
Pessoas com deficiência, homossexuais, magros, gordos,
estrangeiros, líderes de torcida... todos tinham seu espaço no glee club do
McKinley High, o New Directions. Lembro de ver o piloto e nem achar lá essas
coisas. Pensei “Ok, um grupo de desajustados se reunindo na escola e aprendendo
a gostar uns dos outros”. Só me fez lembrar o Clube dos Cinco (filme que,
particularmente, eu amo). Mas fui perseverante e parti para o 1x02. Aí sim!
Comecei a me identificar, amar/odiar personagens e não é que levei para a vida?
Pessoas do mundo inteiro começaram a se identificar e
perceber que suas vidas estavam sendo contadas de forma cômica ao longo dos
episódios. Logo, a série já chamava atenção da crítica e começava a ganhar
renovações de temporadas mais rápido que o elenco aprendia as coreografias. A
vida de muita gente mudou diante disso. Para quem tem dúvida, o filme de Glee
(sim, as telonas também precisaram abrir espaço para o gleeks) mostra
depoimento de alguns adolescentes que, assim como os personagens, eram os
chamados azarões (underdogs) e aprenderam a impor sua aceitação. Ganharam a
confiança que precisaram. Aprenderam que são normais. São humanos.
Tantas reviravoltas aconteceram. Ganhos, perdas... que
elenco! Vimos a líder de torcida, namorada do quarterback, engravidar de outro
homem; vimos uma triste e rejeitada garota que vivia em
seu próprio mundo conquistar a Broadway; vimos a melhor vilã se tornar vice-presidente dos EUA e virar defensora das práticas artísticas nas escolas; e muito mais histórias. Aliás, Sue foi um amor do início ao fim. Não importa o quão má ela era, não conseguia odiar. Will Schuester ficou no chinelo. O casamento entre Sue e Becky foi infinitamente mais interessante que Will com Emma.
Uma lástima que Glee tenha se perdido tanto na quarta para a
quinta temporada. Para os fãs, assistir estas temporadas depois do sucesso das
três primeiras não foi nada fácil. Algo se perdeu. O elemento principal da
série talvez tenha se perdido. Não sabemos. A grande perda de um personagem
herói, um ator querido, não ajudou (falaremos melhor sobre isso).
Mas a mão que bate é também a que acaricia. A sexta
temporada recuperou tudo que tinha perdido. Talvez a volta do foco para o
elenco original tenha trazido o sentimento de nostalgia que precisávamos para
voltar a amar Glee e desejar que, numa reviravolta contratual, pudesse ser
renovada. Mas não foi... Ok, sem choro. Mesmo as melhores coisas precisam
acabar um dia.
Para fechar, as músicas! Quem não amou as versões de Glee
para clássicos da Broadway, temas de filmes, singles de divas do pop...
Impossível não amar. Ainda ouço, confesso. Aposto que vocês também. A verdade é
que sempre ouviremos e, em casos como Don’t Stop Believin, ouviremos quase que
esquecendo que a versão original é do Journey, não do cast.
Seja como for, esperamos que as carreiras de cada um deles
decole nesta fase pós-Glee e que ainda possam trazer muito entretenimento para
nós Gleeks que sempre vamos olhar para eles como se ainda fossem membros do New Directions.
O adeus de Cory Monteith
Ninguém estava preparado. Uma fatalidade, de fato. Dono de
uma voz doce, sorriso encantador e o dom de conquistar fãs por onde passava, o
ator, infelizmente, nos deixou em 2013, quando cada um dos gleeks perdeu um
pedacinho do coração. Mensagens de carinho, dor e muita solidariedade pipocavam
nas timelines do elenco e dos sites de notícias da série. O intérprete de Finn
Hudson havia falecido.
A morte de Cory abalou todo o elenco e, sem ele, a quinta
temporada de Glee desandou, perdeu um pouco do rumo. Era difícil para nós ver a
série sem chorar. Imagina só o que o elenco não passou durante as gravações,
não é mesmo? Mas lá estávamos nós, fãs, assistindo cada capítulo, cada
homenagem, mantendo vivo o sonho de Cory. Lembro que, assim que ele faleceu, a
Fox lançou um episódio especial reunindo os melhores vídeos do Cory cantando na
série. E na quinta temporada, o quarto episódio (The Quarterback) finalmente
deu ao personagem o fim apropriado e a dor pôde ser sentida dentro do universo
Glee. Mas, para mim, não existe momento que torne mais imortal sua passagem
pela Terra, como o romance com Lea Michelle/Rachel Berry, que é traduzido nos
minutos maravilhosos de “Without You”. Dá só uma olhada:
Nenhum comentário:
Postar um comentário